segunda-feira, 30 de abril de 2012
Maluf e a lenda francesa
Paulo Maluf não é conhecido apenas por sua habilidade política, aqui como sinônimo de extrema capacidade de não apenas seduzir o eleitor e conquistar seguidos mandatos, mas também de manter-se fora do alcance da justiça, apesar dos inúmeros processos que responde por todo tipo de acusações. Mas essa é uma coluna sobre vinhos ou política? Pois bem. Maluf também é conhecido por ser um apreciador de vinhos, dono de uma adega milionária, onde se encontra raridades, entre elas rótulos preciosos do mítico Romanée-Conti. Conta-se que o lendário Aubert de Villaine, presidente da vinícola francesa, ficou impressionado com a coleção de rótulos da marca encontrada na adega de Maluf, o que incluía alguns não disponíveis até mesmo no museu da domaine na França. Aliás, Villaine torceu o nariz ao saber que Lula ganhou de presente de seu marketeiro, Duda Mendonça, uma garrafa de Romanée da safra 1997 para celebrar a vitória à presidência em 2002. A safra foi bem modesta em qualidade.
Tem mas acabou
Não tem jeito - Maringá cresce junto com o poder aquisitivo das pessoas e nada muda nos serviço de vinho dos restaurantes. É justo, no entando, reconhecer alguns avanços no serviço e no porfolio de rótulos, mas é bem pequena essa evolução. Pelo menos algumas casas já trocaram aquelas indelicadas taças cisper por alguns modelos mais atuais - ou adequados ao serviço. Nenhum Riedel apareceu ainda por aí. Mas tudo bem. Não precisa tanto. Contudo, é impressionante como as casas dispõe de uma ou duas garrafas dos vinhos que voce pede. Ou pior: está na carta, mas a casa não dispõe. Tem mas acabou. É incompreensível que isto aconteça.
Não vale tudo - quase!
Sobre a simplicidade à mesa, vai uma dica bem simples: não faça aquelas besteiras de colocar o vinho num balde de gelo, envolver a garrafa num pano... Isso tudo é frescura. Aliás, sempre defendi que os excessos de rituais que cercam o vinho é que reduzem seu apelo popular. Mas antes que os puristas torçam o nariz, até é aceitável que, em dias muito quentes, recorra ao gelo para vinhos brancos ou espumantes. Contudo, não use esse ritual para complicar o serviço. Ao servir vinho tinto, ignore esse processo. Nesse período de frio, vlae a temperatura ambiente. E quer saber de uma coisa: despreze tudo isso. Vinho voce toma do jeito que quiser. Mas apenas saiba que prestar atenção em alguns detalhes valorizam - e muito - esse momento!
Seja simples à mesa
Voce já convidou alguém para um jantar em sua casa e ficou em dúvida sobre que vinho servir, considerando que o convidado é metido a conhecer a bebida, razão principal de seu incômodo? Pois bem. Seja sempre honesto com seu bolso e seu convidado. Não invente. Escolha um cabernet sauvignon, casta clássica entre os tintos e que geralmente proporciona vinhos adequados, dependendo, claro, do rótulo. Não se iluda com chilenos, argentinos... Temos em solo nativo uma boa leva de vinhos de alta qualidade na faixa dos R$ 40, R$ 50. Nada contra os importados, mas sempre defendo o vinho nacional. Muitos rótulos tupiniquins fazem os ianques se sentirem mais apropriados a fazer sagu. Não se atente a essa história de harmonização. Raras são as pessoas que fazem essa distinção à mesa para valorizar a textura ou aroma de um prato. Seja simples. Capriche no serviço, com boas taças e, para impressionar, use um decanter, mesmo que o vinho não necessite dessa oxigenação. Enfim, o vinho é uma bebida de celebração, que apenas não tolera descaso e falta de reverência.
Frio rima com vinho
O inverno se aproxima, mas o clima de outono já derruba as temperaturas e, como é hábito dos brasileiros, frio rima com vinho. Então, a procura por rótulos, especialmente tintos, cresce em supermercados e lojas especializadas, onde a oferta é grande e a diferença de preços mais ainda. Mas fique atento: há vinhos de diversas nacionalidades com uma boa relação custo/benefício. Não se deixe influenciar pelo apelo do rótulo ou da bandeira: faça sua escolha baseada em indicações de amigos ou em seu próprio gosto. Há uma gama vistosa de vinhos abaixo dos R$ 40 que agradam sob todos os aspectos - a começar pelo bolso. A dica não vale se você tem uma conta bancária cheia de zeros. Nesse caso, deite seu olhar para rótulos de Barca Velha, Bega Sicilia, Brunello di Montalcino...
sexta-feira, 22 de julho de 2011
O Chile deve a ele
Não é de hoje que vinhos da chilena Viña Montes fazem sucesso. O reputado Montes Alpha é um deles e sempre que alguém escreve sobre esse rótulo evoca os 90 pontos dados por Robert Parker, crítico cuja opinião pode empurrar um produto para o topo ou jogá-lo no mais profundo dos abismos. O sujeito é uma lenda no meio e por muito tempo ignorou os vinhos do Novo Mundo, o que inclui Chile e Argentina (ele simplesmente desconhece que o Brasil produza vinhos). Enfim, é arrogante ao extremo. Sobre a Viña Montes, é importante que se diga que há um ano morreu seu fundador, Douglas Murray, vítima de câncer. Ele criou a vinícola em 1987, junto com o enólogo Aurélio Montes, hoje à frente do negócio. Murray se tornou um ferrenho defensor dos vinhos chilenos no mundo.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Preciosidade argentina
Quem toma vinho não tem dúvida: rótulo assinado pela Catena está entre os mais prestigiados da Argentina. Dia desses alongo-me nessa história, mas evoco aqui um vinho específico do gigantesco portfólio da bodega até como uma homenagem a alguns amigos, que reverenciam esse rótulo. O D.V. Catena, em particular o Syrah, é uma dessas preciosidades que vale cada centavo (R$ 100, em média). O DN remete a Domingo Vicente, um dos membros do clã Catena, nome que figura na elite do winemakers argentinos (a expressão inglesa é execrada pelos patrícios... rsss). Em tempo: Domingo Catena casou-se em 1934 com Angélica Zapata, dando origem à clássica bodega. Caso seja observador, verá essa informação no rótulo do DV.
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