quinta-feira, 14 de abril de 2011

Caros e baratos são iguais

O consumidor, de maneira geral, não distingue um vinho de boa procedência e qualidade de um rótulo mais apropriado para conservar cebolinha ou fazer sagu. Não é de hoje que sustento essa tese, amparado na convicção de que entre os bebedores de vinho prevalece mais soberba e menos conhecimento e informação. Agora, um estudo britânico aponta que vinhos baratos podem ter o mesmo efeito sobre o paladar que bebidas mais sofisticadas – e caras. Na distinção entre rótulos mais caros e baratos registrou-se empate. A degustação às cegas, aquela em que é retirado o rótulo e as garrafas de vinhos são misturadas, descobriu-se o que já se suspeitava: consumidor compra pelo rótulo, indiferente ao conteúdo, pagando mais caro pela apresentação da garrafa e o efeito de alguma propaganda que aponta para a qualidade dessa ou daquela marca. Mais que isso: para a média das pessoas, vinhos caros e baratos têm a mesma qualidade. Enfim, no mundo do vinho também prevalece uma grande enganação.Pior é o consumidor enganar-se a si próprio.