sexta-feira, 10 de junho de 2011

Cella? Tô fora!

Dia desses, num desses encontros de amigos, nos quais sempre aparece casal não exatamente íntimo de todos, fui surpreendido por um insuspeito Cella em meio a uma variedade interessante de rótulos. Sinceramente, imaginei que esse miserável espumante, de qualidade mais que duvidosa para não dizer medíocre, já havia sido exorcizado do gosto médio do consumidor e, por extensão, banido do mercado nacional. Que nada! Lá estava ele, pimpão, a bordo de um balde de gelo, pronto para ser bebido por alguém que ainda não se deu conta da existência de produtos nacionais equivalentes no preço, mas muito superior na qualidade - e adocicado, bem ao estilo desse italiano metido, que já frequentou boas mesas no país, num tempo em que pouco se sabia sobre vinho. Fica a dica então: se gosta de espumante doce, troque o Cella pelo moscatel. Há uma infinidade de marcas nacionais de altíssima qualidade. O paladar agradece!

Justiça seja feita

Ainda que o serviço do vinho tenha avançado alguns centímetros nos restaurantes de Maringá, ainda se cometem muito equívocos, a começar pela escolha de rótulos e preservação das garrafas. Pior: quando chega à mesa, o vinho vem acompanhado de umas taças rídicolas, tipo Cisper... E o garçom dispensa à bebida tratamentos distintos - às vezes ritualístico por demais ou negligente na mesma proporção. Pior mesmo é o preço. Dói sabe quer um modesto vinho de R$ 25, adquirido na prateleira de um supermercado, exibe na `carta de vinho`preço de R$ 50, R$ 60. Um absurdo! Melhor mesmo é reunir os amigos e aproveitar o vinho em casa. Sai bem mais em conta e a diversão é maior. Mas é importante ressalvar que algumas casas dispensam ao vinho um tratamento decente - e estende isso ao cliente, cobrando o que deve ser justo.

Duas preciosidades


O Alma Negra, como o nome sugere, era para ser misterioso – até mesmo nas variedades de uvas com as quais é elaborado. Mas sabe que se trata de um blend (Malbec e Bonarda), em proporções desconhecidas. Começou a se engarrafado no início de 2003, a partir de uma dezena se barris. O resultado foi surpreendente e desde então o vinho argentino vem conquistando fiéis consumidores mundo afora. Por ser um rótulo de boa relação custo benefício (R$ 65, em média, a garrafa), pode freqüentar mesas não tão abastada. Em Tempo: o vinho leva assinatura da família Catena, no caso, Ernesto. Os Catena tem uma longa tradição na produção de grandes vinhos. Bramare (Malbec/2007), da Viña Cobos, é, em essência, um legítimo representante dos grande rótulos argentinos, muitos deles inspirados na tradição californiana produzir de olho na qualidade dos Bordeaux. A idéia foi sempre equiparar-se a eles. Nunca conseguiram. Mas o Bramare, produzido No estilo Paul Hobbs, é uma preciosidade – e um dos rótulos da Cobos, de 2006, mereceu a maior nota entre os vinhos da América do Sul na percepção do onipotente Robert Parker. Custa em média R$ 400.