segunda-feira, 31 de maio de 2010

Viagem com a fada


Não é difícil encontrar uma infinidade de informações sobre o absinto na internet, aquela bebida esquisita, feita com um monte de ervas diluídas em álcool (70%, 80%, 90%...). Conta-se que o absinto surgiu como remédio lá no final do século 18 pelas mãos de um médico suíço, que acredita nos efeitos medicamentosos do álcool. Não demorou para que de remédio a drinque foi um pulo. A bebida virou símbolo nacional na França e na Suíça e passou a freqüentar mesas solenes. O absinto é uma maluquice em garrafa chamada ‘fada verde’. Aliás, o lúdico apelido é uma referência ao efeito alucinógeno provocado por uma substância contida na erva Artemísia absinthi.

Mancura: uma grata surpresa!

Dias desses postei mensagem aqui sobre aquelas pessoas que cruzam a fronteira com o Paraguai e Argentina e, entre outras coisas, acabam seduzidas por rótulos baratos – e ruins! Pois bem. Nem só de vinhos medíocres vivem aquelas prateleiras menos nobre, onde não se acham um Almaviva ou um Cabo de Hornos, referência sofistadas (e caras!) da enologia sulamericana. Entre a imensa oferta de rótulos, existem aqueles que passam despercebidos e bom exemplo disso é o Mancura, da chilena Viña Frau Leon, localizada no Valle Central. No fim de semana tomei cabernet sauvignon da linha Etnia, não sem antes torcer o nariz para o rótulo – e me aventurei por ter sido um presente. É um vinho surpreendente e pelo que sei é encontrado no Paraguai por cerca de US$ 8. Descobri tratar-se de uma pequena vinícola que se esforça para produzir bons vinhos e preços acessíveis. Mas se apresse: geralmente esse princípio dura o tempo em os produtos de uma vinícola começam a ser consumidos em escala. Daí, os preços sobre e a qualidade despenda.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Bebida da amizade


Meu amigo, antes de chefe, Josué Tadashi Endo, é um apreciador de cerveja e fiel a uma marca. Mas se empolga com um bom vinho e já sabe distinguir rótulos. Não é exatamente um iniciante na arte de baco, mas já dá seus pitacos com certa segurança e não demora entra para o clube que aprecia a bebida com entusiasmo, sem incorporar a enochatice que campeia esse meio. Aliás, dia desses ele fez uma observação importante, lembrando que vinho é bebida para se tomar acompanhado. Tens razão. O vinho é, por excelência, bebida que estimula a amizade e a sociabilização. Bacana isso!

Na medida certa

Talvez voce ainda nâo saiba o que vai fazer no fim de semana, mas esteja inclinado a ficar em casa e, quem sabe, se aventurar na cozinha para testar aquela receita sugerida por um amigo. Se vai preparar um não o jantar, pense em sentar-se à mesa com um bom vinho - e não precisa gastar os olhos da cara para essa companhia. Há muitos lugares na cidade onde se pode adquirir vinhos com boa relação custo/benefício. Ser está em dúvida, procure meu amigo Acir Valença, na Adega Brasil, e adote a sugestão dele. Tenho certeza que vai se surpreender com o preço e o rótulo sugerido.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Chardonnay catarinense

Bem provável que você nunca tenha ouvido falar – e deve ignorar por completo que em Santa Catarina pontua algumas boas vinícolas, cujos produtos se destacam em eventos nacionais e internacionais. A Vinícola Villaggio Grande, de Água Doce, a cerca de 80 quilômetros de Palmas, é um desses endereços que merecem ser visitados – ou pelo menos ter seus vinhos apreciados. Caso se depare com um chardonnay 2008 por aí da vinícola, saiba que esse rótulo foi eleito o melhor do Brasil na recente Expovinis, a vitrine mais vistosa da bebida no país.

O ogro tem razão


Um sujeito de nome Daniel enviou-me um emeio grosseiro, dessas mensagens mal educadas que nem mereceria resposta. Mas em meio a tantas besteiras, ele disse uma frase da qual sou adepto: bom vinho é aquele que se toma e gosta. Ponto. Na verdade, tenho usado essa expressão em muitos dos meus escritos sobre a bebida - e isso não é de hoje! Mas dane-se a plágio. O ogro tem razão. Essa viadagem de meter o nariz na bebida e ali encontrar cheiro de casca de mandioca em noites de outono soa uma grande enganação, sem entrar no mérito de quem mergulha o olfato na borda da taça e se sai com definições surpreendentes. Mas Daniel: modere sua linguagem. não precisa ser tão grosseiro. Tome o vinho que voce quiser e aproveite para, um dia desses, já meio alto, quebrar uma garrafa na cabeça. Talvez assim voce acorde e aprenda a apreciar coisas melhores. Seu ogro!

Não entendo esses caras

Conheço algumas pessoas que apreciam vinhos e costumam cruzar a fronteira paraguaia ou argentina para abastecer suas adegas. Geralmente, voltam com rótulos simples, medíocres, vangloriando-se dos preços. Acreditam que levam vantagem rodando até mil quilômetros para comprar a bebida – e adquirem apenas porcarias. Raramente se aventuram num Alma Viva, num Cabo de Hornos. Preferem os vinhos de rodapé, aqueles rótulos mais apropriados para fazer sagu ou temperar cebolinhas do que para servir – para si próprios ou amigos. Não entendo esse comportamento.

Bueno, mas nem tanto

Não gosto do Galvão Bueno, aquele insuportável narrador de futebol. Então, não devo gostar de seus vinhos, ainda que os dois produtos apresentados recentemente por ele levem a assinatura de Michel Roland, a quem a evolução da viticultura nacional deve algumas pipas. O Bueno Cuvée Prestigie é um espumante clássico, de pinot e chardonnay, e o Bueno Paralelo 31 é um tinto com cabernet sauvignon (60%), 30% de merlot 10% de petit verdot. Não tomei e não gostei. Isso por que todo sujeito que se acha bacana e tem grana, se mete a fazer vinho. Melhor: põe seu nome em produtos que só experimenta no lançamento. Galvão Bueno não foge a essa triste regra.