segunda-feira, 28 de junho de 2010

Coisa de bêbado


Bebida que reduz a quantidade de álcool no sangue depois de uma orgia etílica? Pois é. Isso não é coisa de bêbado – ou seria? Marca de bebidas de Luxemburgo, um paísinho merreca perdido no meio da Europa acaba de lançar uma garrafa laranja de 250 ml cujo conteúdo promete fazer o milagre. Não se sabe exatamente a fórmula, mas a bebida já despertou a ira dos sóbrios de plantão, que enxergam na iniciativa um estímulo ao alcoolismo. Médicos duvidam da eficácia da bebida, que já faz sucesso em raves européias. Dizem que com vodka a Outox fica melhor ainda.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Desce macio e reanima


Aposto que você já tomou um fogo de conhaque – Dreher ou Presidente. Pois bem. Talvez seja exagero associar seu porre a bebida, digamos, tão ‘pobre’, mas saiba que quase três gerações são, ao menos, espectadores da trajetória de uma dessas marcas – o Dreher, que está a comemorar um século desde que imigrante italianos inventaram a bebida no início do século 20. Para comemorar a data, está no mercado uma versão mais sofisticada da bebida produzida de aguardente composta de gengibre.

Miolo está mais leve

A Miolo passa embalar seus vinhos em garrafas ecologicamente corretas, que ostentam o selo Leve+Verde. As embalagens são 30% mais leves, pois utilizam novas tecnologias em sua produção. A vinícola leva a sério a sustentabilidade e tem adotado práticas de processos para minimizar agressões ao meio ambiente. Mas a decisão está mais associado ao business do que propriamente a preocupações ecológicas. A Miolo foi a primeira vinícola brasileira a se tornar transnacional, com parcerias que criaram a Miolo Wine Group, e para ser mais valorizado no mercado externa os cuidados ambientais é uma boa ferramenta de marketing.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Wine saver? Esqueça!


Juliana, cujo nome traz-me lembranças saudáveis - mas nem tanto – de um antigo flerte da juventude, pergunta por emeio se após o consumo de uma parte da garrafa o vinho pode ser guardado. A dúvida é mais comum do que se imagina e, pessoalmente, já testei alguns rótulos na tentativa de me convencer do que já sabia por experiência dos outros. Concluí que não há um meio seguro para garantir a qualidade da bebida no outro dia – seja como for: dentro ou fora da geladeira, lacrada com a rolha ou fechada com algum dispositivo não tão hermético. Então, minha resposta é não. Após aberto, o vinho se oxigena e esse processo, em alguns casos, ajuda a melhorar a bebida – na garrafa ou na taça -, aos suavizar os taninos, aquelas substâncias adistringente que deixa a boca marrenta. Na verdade, está em curso um processo de oxidação irreversível que vai levar a bebida a um desastre – em horas ou dias. Ao se fechar novamente a garrafa e guardá-la, o ar aprisionado em seu interior causa rebuliço químico de resultados imprevisíveis. E de nada adianta usar aqueles apetrechos sofisticados para retirar o oxigênio (vacu vin). Mas tem outras porcarias que se prestam a cumprir esse papel, como o wine saver (foto) e o winekeeper. Esqueça-os. Abra sua garrafa, chame um amigo, namorado, cacho ou sei lá e detone seu conteúdo.

Argentinos sim, e daí?


A propósito de post nesse blog, sobre a compra de vinhos no Paraguai e Argentina, falhei ao criticar quem atravessa a fronteira e volta com um medíocre mix de rótulos vangloriando-se do baixo custo dos produtos adquiridos. Não é regra, mas preço rasteiro demais pressupõe bebida ainda mais de rodapé. Diante disso, fiz uma relação de alguns produtores argentinos que, de maneira geral, elaboram bons vinhos. O ‘de maneira geral’ se justifica: eventualmente, colocam no mercado rótulos de expressão, mas podem vinificar safras medíocres e disfarça-los com madeira. Mas essa é outra história. Contudo, com essas bodegas vale o risco, já que a tradição sustenta a qualidade de seus produtos – com raras exceções. Ei-la Nieto Senetiner, Alfredo Roca, Alto los Hormigas, Luigi Bosca, Catena Zapata, Los Cardos, Achaval Ferrer, Família Zucardi, Del fim Del Mundo. Etchart, Andeluna Cellars, Trapiche...

De novo o ogro


Tô de cara e já um tanto irritado com esse tal de Daniel, que usa diversos endereços de emeio para me encher o saco. Agora o ogro questiona meu gosto por vinho, como se eu devesse satisfação a alguém sobre o que eu bebo. Evoca o Mangura, vinho que tomei e recomendo. Esse sujeitinho que se esconde no anonimato se apoderou de uma expressão minha (bom pra sagu) para desancar o pau no rótulo. Tudo por que a vinícola não usa as tradicionais rolhas de cortiças nas garrafas, e sim o sistema screwcap (cápsulas de alumínio com rosca/foto). Não costumo polemizar com amadores. Então, não vou alongar o debate, mas apenas reforçar minha indicação: vale a pena experimentar o cabernet sauvignon 2007 da bodega Fray Leon.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Saudades, Tião do Riso!

Por onde anda meu amigo Jack, alcunha do Sebastião do Riso. Jack por que era assim que chamava seu bilau, supostamente um monumento à raça, e riso pois se abria em leque à mais modestas hilariedades. Tião era de uma simplicidade cartesiana, mas traía alguns gostos sofisticados – se beber vinho é assim algo digno desse adjetivo. Não é. Era apreciador, não conhecedor, e assim sendo, era seduzido por todo tipo de sugestão. Lembrei-me dele por acaso, ao manusear rolhas que eu caprichosamente guardo – e, em algumas delas, anoto a data do consumo do vinho e local, antes que o álcool não permita o gesto. Numa das obras de quercus suber estava lá: Tião, dezembro/91. Não me recordo do motivo do consumo de um tinto simples, cuja origem (Carver estampada na rolha) não me evoca nada. Mas sei que rimos muito em volta daquela garrafa, como recomenda a confraternização entre amigos.